Sou mãe da Luana que tem hoje 10 anos. Aos 2 anos ela recebeu o diagnóstico de artrite idiopática juvenil. Através do blog tenho a intenção de relatar a história da Luana, como ela tem passado, enfrentado a doença e seus questionamentos. Espero que esta seja uma forma dela ter um relato do que aconteceu em sua vida desde bem pequena e ao mesmo tempo dividir com outras famílias como estamos lidando com esta doença.







terça-feira, 31 de maio de 2011

INICIO DO TRATAMENTO

Iniciamos o tratamento da Luana com antinflamatório 2 x ao dia (Nimizulida). Como ela tinha apenas duas articulações com inflamação (joelho e cotovelo direitos), eles melhoraram. Mas logo depois de um mês ela teve uma amidalite e a artrite voltou a piorar aparecendo edema e aumento de temperatura no tornozelo direito também. Junto com o antinflamatório iniciamos o tratamento com corticóide durante 26 dias (Predsin).
Foi nesta ocasião que eu entendi o que é uma doença auto imune. No caso da artrite, o corpo entende que as articulações são como um virus e ele trabalha para combate-lo, criando a inflamação. Isto quer dizer que quando a criança tem uma gripe ou qualquer outra enfermidade o corpo trabalha para combater esta doença e pode piorar ou reativar a artrite também.
O tratamento com corticóide na Luana melhorou suas articulações e seguimos com o antinflamatório por mais 6 meses com melhora das articulações afetadas, mas ainda com atividade.
Depois dos 6 meses de diagnóstico eu estava bem feliz que a Luana continuava com apenas 3 articulações acometidas pela doença. Foi depois dos 6 meses que tudo mudou piorando muito o prognóstico. Começaram a inchar os dedos da mão esquerda, os dois punhos e dedos da mão direita. Ou seja, o diagnóstico de oligoarticular passou para oligoarticular estendida. Voltamos com corticoide e precisamos introduzir um novo medicamento: o Metotrexato. Iniciamos com 2 comprimidos semanais e fomos gradativamente aumentando até chegar em 5 comprimidos.
O metotrexato é um quimioterápico que baixa a imunidade da criança deixando-a mais suscetivel a outras doenças e viroses. Seus efeitos colaterais podem provocar enjoo, perda de apetite, vomitos, etc. O efeito deste medicamento é a longo prazo, por isto é preciso ter paciência até ele fazer efeito, e ele faz!! O bom é que ele faz!!
Na época de decidir por usar ou não um medicamento tão forte em uma menina de 2 anos de idade acabei consultando um outro reumatologista para uma segunda opinião. Ele concordou com o diagnóstico e piora da doença da Luana e me disse que eu não deveria me preocupar tão a longo prazo com ela, que o melhor que eu podia fazer por ela naquele momento era iniciar o tratamento com o Metotrexato. Foi isto que eu fiz. Quando iniciei o tratamento a Luana tinha 8 ou 9 articulações em atividade.
Depois de 3 ou 4 meses retiramos corticoide e antiinflamatorio e ela ficou apenas com o MTX e sem atividade em nenhuma articulação. Ficou mais 2 meses sem atividade e diminuimos para 4 comprimidos de MTX e ela ficou bem com este medicamento por 1 ano. A Luana nunca teve nenhuma reação ao MTX, a única coisa que percebo é uma pequena diminuição no apetite e as vezes azia.
Depois deste ano sem atividade começamos a retirar o medicamento gradualmente. Isto levou 3 meses e após 2 semanas sem nenhum remédio a doença voltou em mais de 15 articulações. E os remédios também!! Antinflamatório, corticóide, MTX... tudo novamente!! Ela já tinha 4 anos e logo após o inicio desde tratamento as inflamações começaram a ceder e a rigidez matinal também.

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