Em uma das minhas andaças pela internet encontrei um testemunho de uma "menina crescida" que convive com a artrite desde bem pequena.
Ao mesmo tempo em que eu tenho esperança de que a Luana não tenha que conviver com a artrite para sempre, que daqui um pouco a doença ceda e vá embora de uma vez por todas, sempre fica o medo de que isto não aconteça e de que com o tempo ela tenha que começar a tomar as rédéas não só da própria vida, mas também de suas articulações, dores, etc... Se for assim, gostaria de um dia poder ler algo escrito por ela com a mesma maturidade e resignação em relação a artrite que o testemunho abaixo:
"Sentei-me com uma caneta na mão para escrever sobre a minha artrite. Não é uma escrita de raiva ou amargura… É curioso, mas está muito mais perto de um sorriso terno. A artrite está escrita em mim desde os dois anos. Melhorou, piorou, adormeceu, acordou, voltou sempre. E faz parte do que eu sou. Fez-me "menina-crescida" antes do tempo, e provocou e ainda, por vezes, provoca, lágrimas de porquês.
Mas a resposta foi também ela que me deu, ao longo destes 21 anos. Por uma qualquer razão, tenho-a, e ela ajudou-me a ser quem eu sou, deu-me fortalezas onde outros têm fraquezas, deu-me vontade de continuar onde outros páram e deu-me uma imensa alegria de viver. Não me tornei indiferente a ela, nem a ponho de lado, remetendo-a ao silêncio da dor. Nunca a rejeitei ou neguei. Seria negar uma parte de mim.
Talvez por isso ela me tenha ajudado, como uma presença de quem não quer estar mas está, e pode fazer algo por mim enquanto destrói partes de mim."
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